domingo, 21 de outubro de 2012

Integrantes

         1º D

Bianca     nº 04
Caroline   nº 06
Stefani     nº 23
Yasmin    nº 29

Introdução


            Esse blog terá como tema o Romantismo, um movimento artístico que surgiu durante o século XIX, na Europa, sendo trazido para o Brasil.
            Ele abrangeu diversas áreas como a literatura e a filosofia, com sua característica mais marcante, elevar o sentimento acima do pensamento, ou seja, propor que a emoção estava à cima da razão.
            No Brasil país ele foi dividido em Primeira, Segunda e Terceira Geração, cada uma com suas individualidades que marcaram a Literatura do nosso país.

Romantismo


O Romantismo foi um movimento artístico ocorrido na Europa por volta de 1800, que representa as mudanças no plano individual, destacando a personalidade, sensibilidade, emoção e os valores interiores.
Atingiu primeiro a literatura e a filosofia, para depois se expressar através das artes plásticas.
A arte romântica se opôs ao racionalismo da época da Revoluçao Francesa e de seus ideais, propondo a elevação dos sentimentos acima do pensamento.
A produção artística romântica reforçou o individualismo na medidade em que baseou-se em valores emocionais subjetivos e muitas vezes imaginários, tomando como modelo os dramas amorosos e as lendas heróicas medievais, a partir dos quais revalorizou os conceitos de pátria e república. Papel especial desempenharam a morte heróica na guerra e o suicídio por amor.

PINTURA

A pintura foi o ramo das artes plásticas mais significativo, foi ela o veículo que consolidaria definitivamente o ideal de uma época, utilizando-se de temas dramitico-sentimentais inspirados pela literatura e pela História. Procura-se no conteúdo, mais do que os valores de arte, os efeitos emotivos, destacando principalmente a pintura histórica e em menos grau a pintura sagrada.
As cores se libertaram e fortaleceram, dando a impressão, às vezes, de serem mais importantes que o próprio conteúdo da obra. A paisagem passou a desempenhar o papel principal, não mais como cenário da composição, mas em estreita relação com os personagens das obras e como seu meio de expressão.

Na França e na Espanha, o Romantismo produziu uma pintura de grande força narrativa e ao mesmo tempo dramática e tenebrosa.

ARQUITETURA

A arquitetura do Romantismo foi marcada por elementos contraditórios, fazendo dessa forma de expressão algo menos expressivo. O final do século XVIII e inicio do XIX forma marcados por um conjunto de transformações, envolvendo a industrilaização, valorizando e rearranjando a vida urbana. A arquitetura da época reflete essas mudanças; novos materiais foram utilizados como o ferro e depois o aço.
Ao mesmo tempo, as igrejas e os castelos fora dos limites urbanos, conservaram algumas característica de outros períodos, como o gótico e o clássico. Esse reaparecimento de estilos mais antigos teve relação com a recuperação da identidade nacional.
A urbanização na Europa determinou a construção de edifícios públicos e de edifícios de aluguel para a média e alta burguesia, sem exigências estéticas, preocupadas apenas com o maior rendimento da exploração.

ESCULTURA

A grande novidade temática da escultura romântica foi a representação de animais de terras exóticas em cenas de caça ou de luta encarniçada. Não se abandonaram os motivos heróicos e as homenagens solenes na forma de estátuas superdimensionadas de reis e militares. Em compensação, tornou-se mais rara a temática religiosa. 




Primeira Geração



A frase "Tudo pelo Brasil e para o Brasil",  foi a primeira a promover a difusão consciente do Romantismo no país. O programa de reforma e nacionalização da literatura brasileira, veiculado por artigos e estudos publicados em revistas.
São autores representantes dessa geração Gonçalves de Magalhães, introdutor do romantismo, e Gonçalves Dias, com temas indianistas e patrióticos. 

Contexto Histórico


Sob a liderança de Magalhães, um grupo de homens públicos e letrados articulou as primeiras manifestações do Romantismo no Brasil, num momento caracterizado pela tentativa de definição de uma identidade nacional, devido ao processo de emancipação desencadeado por causa da independência política conquistada pelo Brasil em 1822.  
Desde a chegada de D. João VI, em 1808, houve um grande impulso no país. Nas três primeiras décadas do século XIX, foram fundadas dezenas de jornais e revistas, a maioria de duração efêmera. Mas a proliferação desses periódicos, geralmente dedicados à política, literatura e ciências, exprime a urgência e o anseio de expressar e fazer circular publicamente o conhecimento e a opinião.
           O livro Suspiros Poéticos e Saudades, de Gonçalves de Magalhães (1811-1882), publicado em 1836, é tido como marco fundador do Romantismo no Brasil.

Características



O nacionalismo ufanista: exaltação a pátria, de forma exagerada, em que somente as qualidades são enaltecidas;

O indianismo: o índio era imaginado a partir do ideal cavalheresco do romantismo medievalista europeu. Espírito nobre, seus valores são sobre tudo a honra, honestidade, franqueza e lealdade;

Cor local: é a valorização da natureza brasileira em oposição à europeia;

Idealização: é a visualização da pátria, índio, mulher e amor melhor do que realmente são.
 religiosidade.

Autores



Gonçalves  de Magalhães: considerado o homem que iniciou o romantismo brasileiro, Domingos José Gonçalves de Magalhães , nasceu em Niterói em 1811 e , após formar-se em medicina, viajou para a Europa, onde tomou contato com as ideias românticas. Em 1836, junto com Araujo Porto Alegre, Torres Homem e Pereira da Silva, fundou, em Paris, a “Niterói – Revista Brasiliense”. Nesse mesmo ano publicou “Suspiros Poéticos e Saudade”, considerado o marco inicial do Romantismo no Brasil. Em 1837, Gonçalves de Magalhães retornou ao Brasil e em 1847 ingressou na carreira diplomática.Foi exercendo essa função que o escritor faleceu, em Roma, no ano de 1882. Sua poesia cultivava os valores fundamentais do romantismo na primeira frase, ou seja, a religião, patriotismo, etc.
Suas principais obras foram: Poesias(1832), Suspiros Poéticos  e Saudades (1836), Discurso sobre a História da Literatura no brasil(1838), Olgiato(1839), A confederação de Tamoios(1856), Os mistérios (1857), Fatos do espírito humano(1865), Urânia(1862), Cânticos fúnebres(1864), A alma e o cérebro(1876) e Comentários e pensamentos(1880).

Veja um trecho:

SUSPIROS POÉTICOS  E SAUDADES

"Quando da noite o véu caliginoso

Do mundo me separa,

E da terra os limites encobrindo
,
Vagar deixa minha alma no infinito,

Como um subtil vapor no aéreo espaço,

Uma angélica voz misteriosa

Em torno de mim soa,

Como o som de uma frauta harmoniosa,

Que em sagradas abóbadas reboa."



Gonçalves Dias: o poeta se orgulhava de ter no sangue as três raças formadoras do povo brasileiro (branca, indígena e negra), nasceu no Maranhão em 10 de agosto de 1823. Em 1840 foi para Portugal cursas Direito na Faculdade de Coimbra. Ali, entrou em contato com os principais escritores da primeira fase do romantismo português. Em 1843, inspirado na saudade da pátria, escreveu “ Canção do Exílio”.No ano seguinte graduou-se bacharel em Direito. De volta ao Brasil, iniciou uma fase de intensa produção literária. Em 1849, junto com Araujo Porto Alegre e Joaquim Manuel de Macedo, fundou a revista “Guanabara”. Em 1862 retornou à Europa para cuidar da saúde. Em 1864, durante a viagem de volta ao Brasil, o navio Ville de Boulogne naufragou na costa brasileira. Salvaram-se todos, menos o poeta que estava na cama em estado agonizado, acabou sendo esquecido.
Suas principais obras foram: Primeiros cantos (1846), Leonor de Mendonça(1847), Segundos cantos e Sextilhas de Frei Antão (1848), Últimos cantos(1851), cantos (1857), Os Timbiras(1857), Dicionário da língua tupi(1858), Obras póstumas (1868-69), Obras poéticas(1944), Poesias completas e prosa escolhida (1959) e Teatro completo (1979).

Veja um trecho:

   CANÇÃO DO EXÍLIO
   "Minha terra tem palmeiras,
    Onde canta o Sabiá;
   As aves que aqui gorjeiam,
   Não gorjeiam como lá.
   Nosso céu tem mais estrelas,
   Nossas várzeas têm mais flores,
   Nossas flores têm mais vida,
   Nossa vida mais amores.
   Em cismar, sozinho, à noite,
   Mais prazer encontro eu lá;
   Minha terra tem palmeiras,
   Onde canta o Sabiá.
   Minha terra tem primores,
   Que tais não encontro eu cá;
   Em cismar - sozinho, à noite -
   Mais prazer encontro eu lá;
   Minha terra tem palmeiras,
   Onde canta o Sabiá.
   Não permita Deus que eu morra
   Sem que eu volte para lá;
   Sem que desfrute os primores
   Que não encontro por cá;
   Sem qu'inda aviste as palmeiras,
   Onde canta o Sabiá."







Segunda Geração



A segunda geração de poetas românticos, chamada de geração "Mal Do Século", foi fortemente influenciada pela poesia de Lorde Byron e Musset, por isso também chamada de geração Byroniana.

A segunda geração do Romantismo brasileiro foi marcada pela pouca idade dos autores, sendo os principais Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Junqueira Freire e Fagundes Varela. 

Contexto Histórico



Nessa época a visão dos autores sobre o mundo vinha da Europa, como a frustração após a revolução da burguesia na Europa, mas como no Brasil não havia uma burguesia significante e concentra em certos pontos do país, além de não haver aqui nenhuma revolução burguesa não havia sentido essa frustração nos jovens escritores brasileiros.
O eixo político-econômico-cultural do Brasil sai então de Minas Gerais para ganhar as portas da realeza no Rio de Janeiro, onde nasce um público consistente de leitores principalmente formado de mulheres e jovens estudantes, provenientes da classe burguesa em ascensão. Enquanto isso, o restante da nação, ainda movido pela estrutura agrária e mão-de-obra escrava.
No Brasil, o Romantismo desenvolveu-se principalmente nos gêneros romance e poesia. O romance estava em ascensão na Europa e não tardou a fazer sucesso também por aqui. Inúmeros jornais e folhetins traziam em suas páginas as belas traduções de romances europeus de cavalaria ou de amores impossíveis.

Características


Os temas principais eram:

O egótico : os autores fecham-se em seu próprio mundo, enxergando somente seu próprio mundo, suas dores e sentimentos, numa poesia fuga da realidade e de sonhos;

O Byronismo : era um dos grandes ídolos, o autor inglês o Lorde Byron; 

O spleen: do Inglês, tédio, melancolia; 

mal do século: nesse século a doença de tuberculose matava muitas pessoas; 

A poesia de adolescentes pois muitos autores eram jovens, e boa parte morreram jovens, nisso os textos falavam de sonhos adolescentes, e a saudade da infância; 

poesia de hospital : os textos eram melancólicos, como morte em frequência; 

O pessimismo (atitude de insatisfação da vida, tédio e melancolia); 

Morbidez (a morte era vista como solução aos problemas);

satanismo (o demônios e o inferno apareciam com frequência, como continuação da dor vida na Terra); 

O Mistério : a preferência a lugares misteriosos, fúnebres, escuros, amor platônico, etc;

Presença de ironia e sarcasmo;
Desejo de fuga, evasão, pois a vida é considerada ruim, sendo a morte um alívio (escapismo);
Saudosismo (lamentação).



    Autores


     Álvares de Azevedo

    Nasceu em São Paulo em 1831, com dezesseis anos recebeu o diploma de bacharel em Letras, na Faculdade de São Paulo, fundou a revista “Ensaio Filosófico”, dedicou-se na poesia romântica europeia, influenciado principalmente pelo lorde Byron e do Satanismo. Era muito sonhador, boêmio e doentio. Morreu no Rio de Janeiro, após uma mal sucedida cirurgia para retirar tumores, com 21 anos ainda incompletos.
    Sendo o principal representante da segunda geração do Romantismo do Brasil, porém este foi um título póstumo (morreu em 1851 e deu origem a segunda geração do romantismo com suas poesias em 1853). Tinha em seus textos figuras femininas, de mãe, irmã (a virgem irreal e idolatrada) e da prostituta. E outra característica vai para o cotidiano dos estudantes. Em seus trabalho haviam imperfeições talvez pela sua imaturidade, mas há também grandes qualidades como a formalidade.   Suas Principais obras: Lira dos Vinte Anos, Noite na Taverna.

    Veja um trecho de Lira dos Vinte Anos,

    (...) Como o desterro de minh’alma errante, 
    Onde fogo insensato a consumia: 
    Só levo uma saudade – é desses tempos 
    Que amorosa ilusão embelecia. 
    Só levo uma saudade – é dessas sombras 
    Que eu sentia velar nas noites minhas ... 
    De ti, ó minha mãe, pobre coitada 
    Que por minha tristeza te definhas! 
    De meu pai... de meus únicos amigos, 
    Poucos – bem poucos – e que não zombavam 
    Quando, em noites de febre endoudecido, 
    Minhas pálidas crenças duvidavam. 
    Se uma lágrima as pálpebras me inunda, 
    Se um suspiro nos seios treme ainda, 
    É pela virgem que sonhei... que nunca 
    Aos lábios me encostou a face linda! 
    Só tu à mocidade sonhadora 
    Do pálido poeta deste flores... 
    Se viveu, foi por ti! e de esperança 
    De na vida gozar de teus amores. (...)
     

    Casimiro José Marques de Abreu

    Nasceu em 1839 em São João da Barra ou Capiviri no Rio de Janeiro, tem o pai um rico comerciante e fazendeiro português, seguiu para Lisboa e lá começou sua carreira literária aos seu 17 anos trabalhando na impressa portuguesa. Regressa ao Brasil em 1859 e publica sua obra “As Primaveras”, que faz grande sucesso e logo após isso morre em Nova Friburgo ou Idaiaçu abas no Rio de Janeiro.
    Sua obra é pequena e explora temas como a saudade da infância, amor á pátria\natureza, e temas adolescentes sobre tristeza. Suas poesias mais conhecidas foram Meus oito anos, Amor e Medo, e As Primaveras. 

    Trecho de Meus Oito Anos:

       "Oh! que saudades que tenho 
       Da aurora da minha vida, 
       Da minha infância querida 
       Que os anos não trazem mais! 
       Que amor, que sonhos, que flores, 
       Naquelas tardes fagueiras 
       À sombra das bananeiras, 
       Debaixo dos laranjais!
       Como são belos os dias 
       Do despontar da existência! 
       - Respira a alma inocência 
       Como perfumes a flor; 
       O mar - é lago sereno, 
       O céu - um manto azulado, 
       O mundo - um sonho dourado, 
       A vida - um hino d'amor!"





    Luís José Junqueira Freire

    Nasceu em 1832 em Salvador, teve um pai que era alcoólatra, tinha dúvidas e ilusões em sua vida. Em 1851 ingressou na ordem dos beneditinos, lugar onde tornou-se monge beneditino, também foi lá que arranjou inspiração para fazer suas obras, tendo como características: problemas sociais, religiosos e líricos. Tinha incertezas sobre a religião. Morreu de doença cardíaca em 1855. Suas principais obras foram: Inspirações do Claustro  e Contradições Poéticas.

    Trecho Contradições Poéticas:

    "Aqui – já era noite... eu reclinei-me
    Nas moles formas do virgíneo seio:
    Aqui – sobre ela eu meditei amores 
    Em doce devaneio.

    Aqui – inda era noite... eu tive uns sonhos 
    De monstruosa, de infernal luxúria: 
    Aqui – prostrei-me a lhe beijar os rastros 
    Em amorosa fúria."




    Luís Nicolau Fagundes Varela

    Nasceu em 1841 em Rio Claro (São Paulo) e morreu em Niterói-RJ em 1875, seus estudos de base foram irregulares, talvez pela instabilidade profissional de seu pai que era juiz de paz. Conhecido como o “poeta maldito”, casou com uma artista de circo e com ela teve um filho que morreu aos três meses de idade. Foi para o Recife para continuar seus estudos, porém regressou a São Paulo após saber da morte da sua esposa, casou-se de novo e teve outros filhos, mas não deixou a vida boêmia e as bebedeiras.
    Este poeta sofria influências de outros poetas como Gonçalves Dias (indianismo), Álvares de Azevedo (subjetivismo e byronismo) e Casimiro de Abreu (subjetivismo e byronismo), nisso ele perdia a originalidade, deu continuidade às obras inacabadas de outros autores.
    Suas principais obras foram: Noturnas, O estandarte de Auriverde , Cantos religiosos e Diário de Lázaro, Cântico do Calvário.
    Suas obras marcaram a transição da segunda geração para a terceira geração do Romantismo do Brasil.

    Cântico do Calvário
    "À Memória de Meu Filho
    Morto a l l de Dezembro
    de 1863.



    Eras na vida a pomba predileta 
    Que sobre um mar de angústias conduzia 
    O ramo da esperança. — Eras a estrela 
    Que entre as névoas do inverno cintilava 
    Apontando o caminho ao pegureiro. 
    Eras a messe de um dourado estio. 
    Eras o idílio de um amor sublime. 
    Eras a glória, — a inspiração, — a pátria, 
    O porvir de teu pai! — Ah! no entanto, 
    Pomba, — varou-te a flecha do destino! 
    Astro, — engoliu-te o temporal do norte! 
    Teto, caíste! — Crença, já não vives!"



    Terceira Geração


    É a geração dos poetas que se cansaram de lamentar as angústias e os amores impossíveis. Era hora de lutar para modificar o mundo que tanto reprimia o ser e o condenava à morte e à constante fuga da realidade. Os poetas dessa terceira geração sentem que é mais do que necessário deixar o choro e a melancolia de lado e se engajar numa luta social, tendo a poesia como espada afiada, que tocava o povo no íntimo.

       Essa geração acabou por ser denominada como "geração hugoana" (por ter sido diretamente influenciada pelo poeta francês Victor Hugo), e também "geração condoreira", que tendo como símbolo o condor, sugeria que a poesia voasse alto, falasse alto e causasse grande efeito enquanto a voz que toca a massa. Seu maior representante foi Castro Alves.

    Essa terceira geração, na verdade, já era o início da transição do Romantismo para o Realismo, em que a crítica social passa a ser uma das características mais marcantes.

    Contexto Histórico



    As ideias liberais, abolicionistas e republicanas formam a base do pensamento brasileiro no período de 1870 a 1890. Influenciados por Auguste Comte (1798-1857), Charles Darwin (1809-1882) e outros pensadores europeus, escritores como Tobias Barreto(1839 - 1889), Sílvio Romero (1851-1914) e Capistrano de Abreu (1853-1927) empenham-se na luta contra a monarquia. Ao lado deles, Joaquim Nabuco (1849-1910), Rui Barbosa (1849-1923) e Castro Alves (1847-1871) também se destacam na divulgação do novo ideário.
    Influenciados por essa filosofia positivista, escritores importantes como Tobias Barreto, Silvio Romero e Capistrano de Abreu empenham-se na luta contra a monarquia. Ao lado deles, intelectuais de vasta formação humanística, como Joaquim Nabuco e Rui Barbosa, e poetas de grande expressão, como Castro Alves, assumem papel de destaque na divulgação do novo ideário.
    Mesmo antes deles, já na década de 1860, é possível identificar a fermentação de ideias em favor da abolição e da República, com o aparecimento dos primeiros panfletos e jornais que defendiam o fim da escravidão e o estabelecimento de um regime republicano, o que resulta na fundação do Partido Republicano, em 1870. Nessa mesma década, quase duzentos mil imigrantes chegam ao Brasil para trabalhar nas lavouras de café do Sudeste, num processo que anuncia a substituição do trabalho escravo pela mão-de-obra livre.
    O fim da década de 60 assinalou o início de uma crise que atingiu a classe dominante, composta por senhores rurais e grupos de exportadores. As primeiras indústrias, o encarecimento do escravo como mão-de-obra e a utilização de imigrantes nas fazendas de café de São Paulo indicavam mudanças na ordem econômica.
    Por esta época, começaram a se manifestar as primeiras fraturas na até então sólida visão das elites dirigentes. O nacionalismo ufanista começou a ser questionado. Estudantes de Direito, intelectuais da classe média urbana, escritores, jornalistas e militares se davam conta da existência de uma considerável distância entre os interesses escravocratas e monarquistas dos proprietários de terras e os interesses do resto da população. Foi então que a literatura assumiu uma função crítica.

    Características



          Condoreira;

          Erotismo;

          Abolicionismo;

          Visão ampla e conhecimento sobre todas as áreas;

          Realidade social;

        Negação ao amor platônico, com a mulher podendo ser tocada e amada;

          Tom discursivo e eloquente.

      Autores



      Tobias Barreto: mestiço de origem humilde, Barreto foi o mestre da chamada Escola do Recife, e teve em Romero o seu mais importante discípulo. Sua obra poética, influenciada pelo francês Victor Hugo, é marcado pelo lirismo público e engajado em questões de justiça social, que geralmente se expressam em prosa e poesia marcadas pela grandiloquência. Suas principais obras foram: Que Mimo, O Gênio da Humanidade, A Escravidão, Amar, Glosa, Dias e Noites e Menores e Loucos.

         Veja um trecho de um dos seus poemas:


      O GÊNIO DA HUMANIDADE

      "Sou eu quem assiste às lutas,
      Que dentro d'alma se dão,
      Quem sonda todas as grutas
      Profundas do coração:
      Quis ver dos céus o segredo;
      Rebelde, sobre um rochedo
      Cravado, fui Prometeu;
      Tive sede do infinito,
      Gênio, feliz ou maldito,
      A Humanidade sou eu." 

      (...)

      Joaquim de Souza Andrade: mais conhecido como Sousândrade, nasceu em 1833 e morreu em 1902,  sua principal obra foi: Guesa Errante, poema narrativo em treze cantos, dos quais quatro ficaram inacabados, sobre o sacrifício de um adolescente (baseado numa lenda quíchua). 

      Veja um trecho de um dos seus poemas:

                GUESA ERRANTE

       (...)

       "Imagens do ar, suaves, flutuantes, 
      Ou deliradas, do alcantil sonoro, 
      Cria nossa alma; imagens arrogantes, 
      Ou qual aquela, que há de riso e choro: 
      Uma imagem fatal (para o ocidente, 

      Para os campos formosos d'áureas gemas, 

      O sol, cingida a fronte de diademas, 
      índio e belo atravessa lentamente): 
      Estrela de carvão, astro apagado
      Prende-se mal seguro, vivo e cego,
      Na abóbada dos céus, — negro morcego
      Estende as asas no ar equilibrado."




      Castro Alves: nasceu em 1847, descendente de uma família tradicional e poderosa do interior baiano - seu pai era médico, formado na Europa - Antônio de Castro Alves nasceu na Fazenda das Cabeceiras, perto da cidade de Curralinho. Quando tinha sete anos, a família mudou-se para Salvador. Lá estudou no Colégio Abílio, que revolucionara o ensino brasileiro pela eliminação dos castigos físicos aplicados aos alunos. Em 1858, morreu-lhe a mãe. Seu irmão mais velho, José Antônio, ficou muito abalado, suicidando-se alguns anos depois. Mas já no início de 1862, Castro Alves estava no Recife, fazendo os preparatórios para a Faculdade de Direito, ainda em companhia do irmão. Conheceu então a famosa atriz portuguesa Eugênia Câmara, de quem se tornou amante aos dezenove anos. Na Faculdade, parecia mais interessado em agitar ideias abolicionistas e republicanas e produzir versos (que obtinham grande repercussão entre os colegas) do que propriamente estudar leis. Sua vida afetiva, no entanto, entrou em crise pelas constantes traições à orgulhosa Eugênia Câmara. Ela terminou por abandoná-lo definitivamente. Para esquecer a ruptura, o poeta começou a se dedicar à caça, ferindo-se casualmente no pé, que infeccionou. Levado para o Rio, foi submetido a uma amputação sem anestesia. Depois disso, debilitado, retornou à Bahia, onde viveu por pouco mais de um ano, até que sobreveio a tuberculose fatal. Morreu em fevereiro de 1871, antes de completar vinte e quatro anos.

      Considerado um dos poetas brasileiros mais brilhantes, Castro Alves tem sua obra dividida     em duas grandes temáticas: poesia lírico-amorosa e a poesia social e das causas humanas.
      Uma das principais características de sua obra é a eloquência, a utilização de hipérboles, de antíteses, de metáforas, comparações grandiosas e diversas figuras de linguagem, além da sugestão de imagens e do apelo auditivo. O poeta também faz referência a diversos fatos históricos ocorridos no país, tais como a Independência da Bahia, a Inconfidência Mineira (presente na peça O Gonzaga ou a Revolução de Minas). Castro Alves demonstra preocupação com os problema sociais presentes na sua época. Demonstra também um certo questionamento aos ideais de nacionalidade, pois, de que adiantava louvar um país cuja economia estava baseada na exploração de sua população (mais especificamente dos índios e dos negros). A visão do poeta demonstra paixão e fulgor pela vida, diferentemente dos poetas ultrarromânticos da geração anterior.

      Seus trabalhos mais importantes são:

      a) poesia lírico-amorosaa poesia lírico-amorosa está associada ao período em que o poeta esteve envolvido com a atriz portuguesa Eugênia Câmara. Assim, a virgem idealizada dá lugar a uma mulher de carne e osso e sensualizada. No entanto, o poeta ainda é um jovem inocente . Seus poemas mais famosos dessa fase estão presentes em sua primeira publicação, Espumas Flutuantes (1870), conjunto de 53 poemas que versam sobre a transitoriedade da vida frente à morte, sobre o amor no plano espiritual e físico, que apela para o sentimental e para o sensual e sensorial. Além disso, o romance com a atriz portuguesa acendeu no poeta o desejo de escrever sobre esperança e desespero.

      Veja um trecho:

      ESPUMAS FLUTUANTES

      "Boa-Noite
      Boa-noite, Maria! 
      Eu vou-me embora.
      A lua nas janelas bate em cheio.
      Boa-noite, Maria! É tarde... é tarde...
      Não me apertes assim contra teu seio.
      Boa-noite!... E tu dizes — Boa-noite.
      Mas não digas assim por entre beijos...
      Mas não mo digas descobrindo o peito
      — Mar de amor onde vagam meus desejos."
      (...)


      Neste poema, o poeta, apaixonado, não se contenta com apenas uma amante, e mostra envolvimento com diferentes mulheres (Maria, Marion, Consuelo...), todas belas e sensuais, se oferecendo para que o poeta, meigo e inocente, não vá embora.

      Outro poema famoso deste conjunto é O Livro e a América, em que o poeta incentiva a leitura e a produção literária no país:

      O LIVRO E A AMÉRICA

      (...)
      "Por isso na impaciência
      Desta sede de saber,
      Como as aves do deserto  --
      As almas buscam beber...
      Oh! Bendito o que semeia

      Livros... livros à mão cheia...

      E manda o povo pensar!
      O livro caindo n'alma
      É germe -- que faz a palma,
      É chuva -- que faz o mar. "

      (...)

      b) poesia social: poeta da liberdade, Castro denuncia as desigualdades sociais e a situação da escravidão no país, além de solidarizar-se com os negros, que eram trazidos de modo precário dentro dos navios negreiros. Castro clamava à natureza e às entidades divinas para que vissem a injustiça cometida pelos homens sobre os homens e intervissem para que a viagem rumo ao Brasil fosse interrompida.
      Graças a sua obra empenhada na denúncia das condições dos negros, ficou conhecido como "o poeta dos escravos", por solidarizar-se com a situação dos que aqui vinham e eram submetidos a todo tipo de trabalho em condições desumanas.
      As obras mais importantes dessa fase são:
      Vozes D'África: Navio Negreiro (1869)
      A Cachoeira de Paulo Afonso (1876)
      Os Escravos (1883)

      O navio negreiro, cujo título geral é Tragédia no mar, começa com uma longa e belíssima descrição do oceano, até que o poeta, postado nas alturas, avista um barco que parece navegar alegremente. Então o poeta solicita ao albatroz ("águia do oceano") que lhe dê suas asas para se aproximar da embarcação. Ao mergulhar por sobre o navio, descobre a realidade em todo o seu horror. As cenas que se sucedem são impressionantes: a violência opressiva dos traficantes; as apóstrofes* exasperadas do poeta, tanto a Deus quanto às forças mais grandiosas da natureza; o repúdio à bandeira nacional que cobre tanta iniquidade; e, por fim, o apelo aos heróis do Novo Mundo para que deem um basta à espantosa tragédia:

      O NAVIO NEGREIRO

      " Era um sonho dantesco...O tombadilho
      Que das luzernas* avermelha o brilho,
      Em sangue a se banhar.
      Tinir de ferros...estalar de açoite...
      Legiões de homens negros como a noite
      Horrendos a dançar...


      Negras mulheres suspendendo às tetas
      Magras crianças, cujas bocas pretas
      Rega o sangue das mães.
      Outras, moças... mas nuas, espantadas

      No turbilhão de espectros arrastadas

      Em ânsia e mágoa vãs."



      Didivido em seis cantos, segundo a divisão clássica da epopeia:
      1º canto: descrição do cenário;
      2º canto: elogio aos marinheiros;
      3º canto: horror - visão do navio negreiro em oposição ao belo cenário;
      4º canto: descrição do navio e do sofrimento dos escravos;
      5º canto: imagem do povo livre em suas terras, em oposião ao sofrimento no navio;
      6º canto: o poeta discorre sobre a África que é, ao mesmo tempo tempo, um país livre, acaba por se beneficiar economicamente da escravidão.

      Embora o último navio negreiro que tenha chegado ao país em 1855, a escravidão ainda era parte do sistema econômico brasileiro.

         Suas principais obras: Espumas Flutuantes, Os escravos, A Cachoeira de Paulo Afonso, Hinos do equador, Tragédia no Mar, O Navio Negreiro