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domingo, 21 de outubro de 2012
Introdução
Esse blog
terá como tema o Romantismo, um movimento artístico que surgiu durante o século
XIX, na Europa, sendo trazido para o Brasil.
Ele abrangeu diversas áreas como a
literatura e a filosofia, com sua característica mais marcante, elevar o
sentimento acima do pensamento, ou seja, propor que a emoção estava à cima da
razão.
No Brasil país ele foi dividido em
Primeira, Segunda e Terceira Geração, cada uma com suas individualidades que
marcaram a Literatura do nosso país.
Romantismo
O Romantismo foi
um movimento artístico ocorrido na Europa por volta de 1800, que representa as
mudanças no plano individual, destacando a personalidade, sensibilidade, emoção
e os valores interiores.
Atingiu
primeiro a literatura e a filosofia, para depois se expressar através das artes
plásticas.
A
arte romântica se opôs ao racionalismo da época da Revoluçao Francesa e de seus
ideais, propondo a elevação dos sentimentos acima do pensamento.
A
produção artística romântica reforçou o individualismo na medidade em que
baseou-se em valores emocionais subjetivos e muitas vezes imaginários, tomando
como modelo os dramas amorosos e as lendas heróicas medievais, a partir dos
quais revalorizou os conceitos de pátria e república. Papel especial
desempenharam a morte heróica na guerra e o suicídio por amor.
PINTURA
A
pintura foi o ramo das artes plásticas mais significativo, foi ela o veículo
que consolidaria definitivamente o ideal de uma época, utilizando-se de temas
dramitico-sentimentais inspirados pela literatura e pela História. Procura-se
no conteúdo, mais do que os valores de arte, os efeitos emotivos, destacando
principalmente a pintura histórica e em menos grau a pintura sagrada.
As
cores se libertaram e fortaleceram, dando a impressão, às vezes, de serem mais
importantes que o próprio conteúdo da obra. A paisagem passou a desempenhar o
papel principal, não mais como cenário da composição, mas em estreita relação
com os personagens das obras e como seu meio de expressão.
Na
França e na Espanha, o Romantismo produziu uma pintura de grande
força narrativa e ao mesmo tempo dramática e tenebrosa.
ARQUITETURA
A
arquitetura do Romantismo foi marcada por elementos contraditórios,
fazendo dessa forma de expressão algo menos expressivo. O final do século XVIII
e inicio do XIX forma marcados por um conjunto de transformações, envolvendo a
industrilaização, valorizando e rearranjando a vida urbana. A arquitetura da
época reflete essas mudanças; novos materiais foram utilizados como o ferro e
depois o aço.
Ao
mesmo tempo, as igrejas e os castelos fora dos limites urbanos, conservaram
algumas característica de outros períodos, como o gótico e o clássico. Esse
reaparecimento de estilos mais antigos teve relação com a recuperação da
identidade nacional.
A
urbanização na Europa determinou a construção de edifícios públicos e de
edifícios de aluguel para a média e alta burguesia, sem exigências estéticas,
preocupadas apenas com o maior rendimento da exploração.
ESCULTURA

Primeira Geração
A
frase "Tudo pelo Brasil e para o Brasil", foi a primeira a promover a difusão consciente
do Romantismo no país. O programa de reforma e nacionalização da literatura
brasileira, veiculado por artigos e estudos publicados em revistas.
São
autores representantes dessa geração Gonçalves de Magalhães, introdutor do
romantismo, e Gonçalves Dias, com temas indianistas e patrióticos.
Contexto Histórico

Desde
a chegada de D. João VI, em 1808, houve um grande impulso no país. Nas três
primeiras décadas do século XIX, foram fundadas dezenas de jornais e revistas,
a maioria de duração efêmera. Mas a proliferação desses periódicos, geralmente
dedicados à política, literatura e ciências, exprime a urgência e o anseio de
expressar e fazer circular publicamente o conhecimento e a opinião.
O livro Suspiros
Poéticos e Saudades, de Gonçalves de Magalhães (1811-1882), publicado em 1836, é tido como marco fundador
do Romantismo no Brasil.
Características
O nacionalismo
ufanista: exaltação a pátria, de forma exagerada, em que somente as qualidades
são enaltecidas;
O indianismo: o índio era imaginado a partir do ideal
cavalheresco do romantismo medievalista europeu. Espírito nobre, seus valores
são sobre tudo a honra, honestidade, franqueza e lealdade;
Cor local: é a valorização da natureza brasileira em
oposição à europeia;
Idealização: é a visualização da pátria, índio, mulher e
amor melhor do que realmente são.
religiosidade.
Autores

Suas principais obras foram: Poesias(1832), Suspiros
Poéticos e Saudades (1836), Discurso
sobre a História da Literatura no brasil(1838), Olgiato(1839), A confederação
de Tamoios(1856), Os mistérios (1857), Fatos do espírito humano(1865),
Urânia(1862), Cânticos fúnebres(1864), A alma e o cérebro(1876) e Comentários e
pensamentos(1880).
Veja um trecho:
SUSPIROS POÉTICOS E SAUDADES
"Quando da noite o véu caliginoso
Do mundo me separa,
E da terra os limites encobrindo
,
,
Vagar deixa minha alma no infinito,
Como um subtil vapor no aéreo espaço,
Uma angélica voz misteriosa
Em torno de mim soa,
Como o som de uma frauta harmoniosa,
Que em sagradas abóbadas reboa."

Suas
principais obras foram: Primeiros cantos (1846), Leonor de Mendonça(1847),
Segundos cantos e Sextilhas de Frei Antão (1848), Últimos cantos(1851), cantos
(1857), Os Timbiras(1857), Dicionário da língua tupi(1858), Obras póstumas
(1868-69), Obras poéticas(1944), Poesias completas e prosa escolhida (1959) e
Teatro completo (1979).
Veja um trecho:
CANÇÃO DO EXÍLIO
"Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Onde canta o Sabiá;
As aves que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossas flores têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossas flores têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar - sozinho, à noite -
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar - sozinho, à noite -
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que eu morra
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá."
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá."
Segunda Geração
A
segunda geração de poetas românticos, chamada de geração "Mal Do
Século", foi fortemente influenciada pela poesia de Lorde Byron e Musset,
por isso também chamada de geração Byroniana.
A
segunda geração do Romantismo brasileiro foi marcada pela pouca idade dos
autores, sendo os principais Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Junqueira
Freire e Fagundes Varela.
Contexto Histórico
Nessa
época a visão dos autores sobre o mundo vinha da Europa, como a frustração após
a revolução da burguesia na Europa, mas como no Brasil não havia uma burguesia
significante e concentra em certos pontos do país, além de não haver aqui
nenhuma revolução burguesa não havia sentido essa frustração nos jovens
escritores brasileiros.
O
eixo político-econômico-cultural do Brasil sai então de Minas Gerais para
ganhar as portas da realeza no Rio de Janeiro, onde nasce um público
consistente de leitores principalmente formado de mulheres e jovens estudantes,
provenientes da classe burguesa em ascensão. Enquanto isso, o restante da
nação, ainda movido pela estrutura agrária e mão-de-obra escrava.
No
Brasil, o Romantismo desenvolveu-se principalmente nos gêneros
romance e poesia. O romance estava em ascensão na Europa e não tardou a fazer
sucesso também por aqui. Inúmeros jornais e folhetins traziam em suas páginas
as belas traduções de romances europeus de cavalaria ou de amores impossíveis.
Características
Os temas principais eram:
O egótico : os autores fecham-se em seu próprio mundo, enxergando somente seu próprio mundo, suas dores e sentimentos, numa poesia fuga da realidade e de sonhos;
O Byronismo : era um dos grandes ídolos, o autor inglês o Lorde Byron;
O spleen: do Inglês, tédio, melancolia;
O mal do século: nesse século a doença de tuberculose matava muitas pessoas;
A poesia de adolescentes pois muitos autores eram jovens, e boa parte morreram jovens, nisso os textos falavam de sonhos adolescentes, e a saudade da infância;
A poesia de hospital : os textos eram melancólicos, como morte em frequência;
O pessimismo (atitude de insatisfação da vida, tédio e melancolia);
Morbidez (a morte era vista como solução aos problemas);
O satanismo (o demônios e o inferno apareciam com frequência, como continuação da dor vida na Terra);
O Mistério : a preferência a lugares misteriosos, fúnebres, escuros, amor platônico, etc;
Presença de ironia e sarcasmo;
Autores
Álvares de
Azevedo

Sendo
o principal representante da segunda geração do Romantismo do Brasil, porém
este foi um título póstumo (morreu em 1851 e deu origem a segunda geração do
romantismo com suas poesias em 1853). Tinha em seus textos figuras femininas,
de mãe, irmã (a virgem irreal e idolatrada) e da prostituta. E outra
característica vai para o cotidiano dos estudantes. Em seus trabalho haviam
imperfeições talvez pela sua imaturidade, mas há também grandes qualidades como
a formalidade. Suas Principais obras: Lira dos Vinte Anos,
Noite na Taverna.
Veja um trecho de Lira dos Vinte Anos,
(...) Como o desterro de minh’alma errante,
Onde fogo insensato a consumia:
Só levo uma saudade – é desses tempos
Que amorosa ilusão embelecia.
Só levo uma saudade – é dessas sombras
Que eu sentia velar nas noites minhas ...
De ti, ó minha mãe, pobre coitada
Que por minha tristeza te definhas!
De meu pai... de meus únicos amigos,
Poucos – bem poucos – e que não zombavam
Quando, em noites de febre endoudecido,
Minhas pálidas crenças duvidavam.
Se uma lágrima as pálpebras me inunda,
Se um suspiro nos seios treme ainda,
É pela virgem que sonhei... que nunca
Aos lábios me encostou a face linda!
Só tu à mocidade sonhadora
Do pálido poeta deste flores...
Se viveu, foi por ti! e de esperança
De na vida gozar de teus amores. (...)
Onde fogo insensato a consumia:
Só levo uma saudade – é desses tempos
Que amorosa ilusão embelecia.
Só levo uma saudade – é dessas sombras
Que eu sentia velar nas noites minhas ...
De ti, ó minha mãe, pobre coitada
Que por minha tristeza te definhas!
De meu pai... de meus únicos amigos,
Poucos – bem poucos – e que não zombavam
Quando, em noites de febre endoudecido,
Minhas pálidas crenças duvidavam.
Se uma lágrima as pálpebras me inunda,
Se um suspiro nos seios treme ainda,
É pela virgem que sonhei... que nunca
Aos lábios me encostou a face linda!
Só tu à mocidade sonhadora
Do pálido poeta deste flores...
Se viveu, foi por ti! e de esperança
De na vida gozar de teus amores. (...)
Casimiro José Marques de Abreu

Sua
obra é pequena e explora temas como a saudade da infância, amor á
pátria\natureza, e temas adolescentes sobre tristeza. Suas poesias mais
conhecidas foram Meus oito anos, Amor e Medo, e As Primaveras.
Trecho de Meus Oito Anos:
"Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!
Como são belos os dias
Do despontar da existência!
- Respira a alma inocência
Como perfumes a flor;
O mar - é lago sereno,
O céu - um manto azulado,
O mundo - um sonho dourado,
A vida - um hino d'amor!"
Do despontar da existência!
- Respira a alma inocência
Como perfumes a flor;
O mar - é lago sereno,
O céu - um manto azulado,
O mundo - um sonho dourado,
A vida - um hino d'amor!"
Luís José Junqueira Freire

Trecho Contradições Poéticas:
"Aqui – já era noite... eu reclinei-me
Nas moles formas do virgíneo seio:
Aqui – sobre ela eu meditei amores
Em doce devaneio.
Aqui – inda era noite... eu tive uns sonhos
De monstruosa, de infernal luxúria:
Aqui – prostrei-me a lhe beijar os rastros
Em amorosa fúria."
Nas moles formas do virgíneo seio:
Aqui – sobre ela eu meditei amores
Em doce devaneio.
Aqui – inda era noite... eu tive uns sonhos
De monstruosa, de infernal luxúria:
Aqui – prostrei-me a lhe beijar os rastros
Em amorosa fúria."
Luís Nicolau
Fagundes Varela

Este
poeta sofria influências de outros poetas como Gonçalves Dias (indianismo),
Álvares de Azevedo (subjetivismo e byronismo) e Casimiro de Abreu (subjetivismo
e byronismo), nisso ele perdia a originalidade, deu continuidade às obras
inacabadas de outros autores.
Suas
principais obras foram: Noturnas, O estandarte de Auriverde , Cantos religiosos
e Diário de Lázaro, Cântico do Calvário.
Suas
obras marcaram a transição da segunda geração para a terceira geração do
Romantismo do Brasil.
Cântico do Calvário
"À Memória de Meu Filho
Morto a l l de Dezembro
de 1863.
Eras na vida a pomba predileta
Que sobre um mar de angústias conduzia
O ramo da esperança. — Eras a estrela
Que entre as névoas do inverno cintilava
Apontando o caminho ao pegureiro.
Eras a messe de um dourado estio.
Eras o idílio de um amor sublime.
Eras a glória, — a inspiração, — a pátria,
O porvir de teu pai! — Ah! no entanto,
Pomba, — varou-te a flecha do destino!
Astro, — engoliu-te o temporal do norte!
Teto, caíste! — Crença, já não vives!"
"À Memória de Meu Filho
Morto a l l de Dezembro
de 1863.
Eras na vida a pomba predileta
Que sobre um mar de angústias conduzia
O ramo da esperança. — Eras a estrela
Que entre as névoas do inverno cintilava
Apontando o caminho ao pegureiro.
Eras a messe de um dourado estio.
Eras o idílio de um amor sublime.
Eras a glória, — a inspiração, — a pátria,
O porvir de teu pai! — Ah! no entanto,
Pomba, — varou-te a flecha do destino!
Astro, — engoliu-te o temporal do norte!
Teto, caíste! — Crença, já não vives!"
Terceira Geração
É
a geração dos poetas que se cansaram de lamentar as angústias e os amores
impossíveis. Era hora de lutar para modificar o mundo que tanto reprimia o ser
e o condenava à morte e à constante fuga da realidade. Os poetas dessa terceira
geração sentem que é mais do que necessário deixar o choro e a melancolia de
lado e se engajar numa luta social, tendo a poesia como espada afiada, que
tocava o povo no íntimo.
Essa
geração acabou por ser denominada como "geração hugoana" (por ter
sido diretamente influenciada pelo poeta francês Victor Hugo), e também
"geração condoreira", que tendo como símbolo o condor, sugeria que a
poesia voasse alto, falasse alto e causasse grande efeito enquanto a voz que
toca a massa. Seu maior representante foi Castro Alves.
Essa
terceira geração, na verdade, já era o início da transição
do Romantismo para o Realismo, em que a crítica social passa a ser
uma das características mais marcantes.
Contexto Histórico
As ideias liberais,
abolicionistas e republicanas formam a base do pensamento brasileiro no período
de 1870 a 1890. Influenciados por Auguste Comte (1798-1857), Charles Darwin
(1809-1882) e outros pensadores europeus, escritores como Tobias Barreto(1839 -
1889), Sílvio Romero (1851-1914) e Capistrano de Abreu (1853-1927) empenham-se na
luta contra a monarquia. Ao lado deles, Joaquim Nabuco (1849-1910), Rui Barbosa (1849-1923) e Castro Alves (1847-1871) também se
destacam na divulgação do novo ideário.

Mesmo antes deles, já
na década de 1860, é possível identificar a fermentação de ideias em favor da
abolição e da República, com o aparecimento dos primeiros panfletos e jornais
que defendiam o fim da escravidão e o estabelecimento de um regime republicano,
o que resulta na fundação do Partido Republicano, em 1870. Nessa mesma década,
quase duzentos mil imigrantes chegam ao Brasil para trabalhar nas lavouras de
café do Sudeste, num processo que anuncia a substituição do trabalho escravo
pela mão-de-obra livre.
O fim da década de 60
assinalou o início de uma crise que atingiu a classe dominante, composta por
senhores rurais e grupos de exportadores. As primeiras indústrias, o
encarecimento do escravo como mão-de-obra e a utilização de imigrantes nas
fazendas de café de São Paulo indicavam mudanças na ordem econômica.
Por esta época,
começaram a se manifestar as primeiras fraturas na até então sólida visão das
elites dirigentes. O nacionalismo ufanista começou a ser questionado.
Estudantes de Direito, intelectuais da classe média urbana, escritores,
jornalistas e militares se davam conta da existência de uma considerável
distância entre os interesses escravocratas e monarquistas dos proprietários de
terras e os interesses do resto da população. Foi então que a literatura
assumiu uma função crítica.
Características
Condoreira;
Erotismo;
Abolicionismo;
Visão ampla e conhecimento sobre todas as áreas;
Realidade social;
Negação ao amor platônico, com a mulher podendo ser tocada e amada;
Tom discursivo e eloquente.
Autores
Tobias Barreto: mestiço de origem humilde, Barreto foi o mestre da chamada Escola do Recife, e teve em Romero o seu mais importante discípulo. Sua obra poética, influenciada pelo francês Victor Hugo, é marcado pelo lirismo público e engajado em questões de justiça social, que geralmente se expressam em prosa e poesia marcadas pela grandiloquência. Suas principais obras foram: Que Mimo, O Gênio da Humanidade, A Escravidão, Amar, Glosa, Dias e Noites e Menores e Loucos.
Veja um trecho de um dos seus poemas:
O GÊNIO DA HUMANIDADE
"Sou eu quem assiste às lutas,
Que dentro d'alma se dão,
Quem sonda todas as grutas
Profundas do coração:
Quis ver dos céus o segredo;
Rebelde, sobre um rochedo
Cravado, fui Prometeu;
Tive sede do infinito,
Gênio, feliz ou maldito,
A Humanidade sou eu."
(...)
Joaquim de Souza Andrade: mais conhecido como Sousândrade, nasceu em 1833 e morreu em 1902, sua principal obra foi: Guesa Errante, poema narrativo em treze cantos, dos quais quatro ficaram inacabados, sobre o sacrifício de um adolescente (baseado numa lenda quíchua).
Veja um trecho de um dos seus poemas:
GUESA ERRANTE
(...)
"Imagens do ar, suaves, flutuantes,
Ou deliradas, do alcantil sonoro,
Cria nossa alma; imagens arrogantes,
Ou qual aquela, que há de riso e choro:
Uma imagem fatal (para o ocidente,
Para os campos formosos d'áureas gemas,
O sol, cingida a fronte de diademas,
índio e belo atravessa lentamente):
Estrela de carvão, astro apagado
Prende-se mal seguro, vivo e cego,
Na abóbada dos céus, — negro morcego
Estende as asas no ar equilibrado."
Castro Alves: nasceu em 1847, descendente de uma família tradicional e poderosa do interior baiano - seu pai era médico, formado na Europa - Antônio de Castro Alves nasceu na Fazenda das Cabeceiras, perto da cidade de Curralinho. Quando tinha sete anos, a família mudou-se para Salvador. Lá estudou no Colégio Abílio, que revolucionara o ensino brasileiro pela eliminação dos castigos físicos aplicados aos alunos. Em 1858, morreu-lhe a mãe. Seu irmão mais velho, José Antônio, ficou muito abalado, suicidando-se alguns anos depois. Mas já no início de 1862, Castro Alves estava no Recife, fazendo os preparatórios para a Faculdade de Direito, ainda em companhia do irmão. Conheceu então a famosa atriz portuguesa Eugênia Câmara, de quem se tornou amante aos dezenove anos. Na Faculdade, parecia mais interessado em agitar ideias abolicionistas e republicanas e produzir versos (que obtinham grande repercussão entre os colegas) do que propriamente estudar leis. Sua vida afetiva, no entanto, entrou em crise pelas constantes traições à orgulhosa Eugênia Câmara. Ela terminou por abandoná-lo definitivamente. Para esquecer a ruptura, o poeta começou a se dedicar à caça, ferindo-se casualmente no pé, que infeccionou. Levado para o Rio, foi submetido a uma amputação sem anestesia. Depois disso, debilitado, retornou à Bahia, onde viveu por pouco mais de um ano, até que sobreveio a tuberculose fatal. Morreu em fevereiro de 1871, antes de completar vinte e quatro anos.
Considerado um dos poetas brasileiros mais brilhantes, Castro Alves tem sua obra dividida em duas grandes temáticas: poesia lírico-amorosa e a poesia social e das causas humanas.

Seus trabalhos mais importantes são:
a) poesia lírico-amorosa: a poesia lírico-amorosa está associada ao período em que o poeta esteve envolvido com a atriz portuguesa Eugênia Câmara. Assim, a virgem idealizada dá lugar a uma mulher de carne e osso e sensualizada. No entanto, o poeta ainda é um jovem inocente . Seus poemas mais famosos dessa fase estão presentes em sua primeira publicação, Espumas Flutuantes (1870), conjunto de 53 poemas que versam sobre a transitoriedade da vida frente à morte, sobre o amor no plano espiritual e físico, que apela para o sentimental e para o sensual e sensorial. Além disso, o romance com a atriz portuguesa acendeu no poeta o desejo de escrever sobre esperança e desespero.
Veja um trecho:
ESPUMAS FLUTUANTES
"Boa-Noite
Boa-noite, Maria!
Eu vou-me embora.
A lua nas janelas bate em cheio.
Boa-noite, Maria! É tarde... é tarde...
Não me apertes assim contra teu seio.
Boa-noite!... E tu dizes — Boa-noite.
Mas não digas assim por entre beijos...
Mas não mo digas descobrindo o peito
— Mar de amor onde vagam meus desejos."
(...)
Neste poema, o poeta, apaixonado, não se contenta com apenas uma amante, e mostra envolvimento com diferentes mulheres (Maria, Marion, Consuelo...), todas belas e sensuais, se oferecendo para que o poeta, meigo e inocente, não vá embora.
Outro poema famoso deste conjunto é O Livro e a América, em que o poeta incentiva a leitura e a produção literária no país:
O LIVRO E A AMÉRICA
(...)
O LIVRO E A AMÉRICA
(...)
"Por isso na impaciência
Desta sede de saber,
Como as aves do deserto --
As almas buscam beber...
Oh! Bendito o que semeia
Livros... livros à mão cheia...
E manda o povo pensar!
O livro caindo n'alma
É germe -- que faz a palma,
É chuva -- que faz o mar. "
(...)
b) poesia social: poeta da liberdade, Castro denuncia as desigualdades sociais e a situação da escravidão no país, além de solidarizar-se com os negros, que eram trazidos de modo precário dentro dos navios negreiros. Castro clamava à natureza e às entidades divinas para que vissem a injustiça cometida pelos homens sobre os homens e intervissem para que a viagem rumo ao Brasil fosse interrompida.
Graças a sua obra empenhada na denúncia das condições dos negros, ficou conhecido como "o poeta dos escravos", por solidarizar-se com a situação dos que aqui vinham e eram submetidos a todo tipo de trabalho em condições desumanas.
As obras mais importantes dessa fase são:
Vozes D'África: Navio Negreiro (1869)
A Cachoeira de Paulo Afonso (1876)
Os Escravos (1883)
O navio negreiro, cujo título geral é Tragédia no mar, começa com uma longa e belíssima descrição do oceano, até que o poeta, postado nas alturas, avista um barco que parece navegar alegremente. Então o poeta solicita ao albatroz ("águia do oceano") que lhe dê suas asas para se aproximar da embarcação. Ao mergulhar por sobre o navio, descobre a realidade em todo o seu horror. As cenas que se sucedem são impressionantes: a violência opressiva dos traficantes; as apóstrofes* exasperadas do poeta, tanto a Deus quanto às forças mais grandiosas da natureza; o repúdio à bandeira nacional que cobre tanta iniquidade; e, por fim, o apelo aos heróis do Novo Mundo para que deem um basta à espantosa tragédia:
O NAVIO NEGREIRO
O NAVIO NEGREIRO
" Era um sonho dantesco...O tombadilho
Que das luzernas* avermelha o brilho,
Em sangue a se banhar.
Tinir de ferros...estalar de açoite...
Legiões de homens negros como a noite
Horrendos a dançar...
Negras mulheres suspendendo às tetas
Magras crianças, cujas bocas pretas
Rega o sangue das mães.
Outras, moças... mas nuas, espantadas
No turbilhão de espectros arrastadas
Em ânsia e mágoa vãs."
Didivido em seis cantos, segundo a divisão clássica da epopeia:
1º canto: descrição do cenário;
2º canto: elogio aos marinheiros;
3º canto: horror - visão do navio negreiro em oposição ao belo cenário;
4º canto: descrição do navio e do sofrimento dos escravos;
5º canto: imagem do povo livre em suas terras, em oposião ao sofrimento no navio;
6º canto: o poeta discorre sobre a África que é, ao mesmo tempo tempo, um país livre, acaba por se beneficiar economicamente da escravidão.
Embora o último navio negreiro que tenha chegado ao país em 1855, a escravidão ainda era parte do sistema econômico brasileiro.
Suas principais obras: Espumas Flutuantes, Os escravos, A Cachoeira de Paulo Afonso, Hinos do equador, Tragédia no Mar, O Navio Negreiro
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