As ideias liberais,
abolicionistas e republicanas formam a base do pensamento brasileiro no período
de 1870 a 1890. Influenciados por Auguste Comte (1798-1857), Charles Darwin
(1809-1882) e outros pensadores europeus, escritores como Tobias Barreto(1839 -
1889), Sílvio Romero (1851-1914) e Capistrano de Abreu (1853-1927) empenham-se na
luta contra a monarquia. Ao lado deles, Joaquim Nabuco (1849-1910), Rui Barbosa (1849-1923) e Castro Alves (1847-1871) também se
destacam na divulgação do novo ideário.

Mesmo antes deles, já
na década de 1860, é possível identificar a fermentação de ideias em favor da
abolição e da República, com o aparecimento dos primeiros panfletos e jornais
que defendiam o fim da escravidão e o estabelecimento de um regime republicano,
o que resulta na fundação do Partido Republicano, em 1870. Nessa mesma década,
quase duzentos mil imigrantes chegam ao Brasil para trabalhar nas lavouras de
café do Sudeste, num processo que anuncia a substituição do trabalho escravo
pela mão-de-obra livre.
O fim da década de 60
assinalou o início de uma crise que atingiu a classe dominante, composta por
senhores rurais e grupos de exportadores. As primeiras indústrias, o
encarecimento do escravo como mão-de-obra e a utilização de imigrantes nas
fazendas de café de São Paulo indicavam mudanças na ordem econômica.
Por esta época,
começaram a se manifestar as primeiras fraturas na até então sólida visão das
elites dirigentes. O nacionalismo ufanista começou a ser questionado.
Estudantes de Direito, intelectuais da classe média urbana, escritores,
jornalistas e militares se davam conta da existência de uma considerável
distância entre os interesses escravocratas e monarquistas dos proprietários de
terras e os interesses do resto da população. Foi então que a literatura
assumiu uma função crítica.
Nenhum comentário:
Postar um comentário